Eu, Adelaide Pedro Armando Fernandes, sou estudante da Escola Polivalente e Profissional da ADPP Zango desde 2018. Estou no Curso de Assistente de Energia, um curso com pouca aderência de estudantes do género feminino.
Confesso que no princípio foi difícil me adaptar como estudante do Curso de Assistente de Energia, mais quando transitei para 8ªClasse, em 2019 comecei a despertar gosto nas actividades práticas que fui aprendendo ao longo das caminhadas. Hoje, eu já faço instalações internas e externas, sei resolver um corte circuito, graças ao apoio que recebo da escola. Hoje sou uma estudante finalista da 9ªClasse. Me sinto segura a dar continuidade do curso de eletricidade do ensino médio até ao ensino superior.
Projecto Fogareiros Melhorados, depois do surgimento da pandemia que está abalar o mundo todo, é bem verdade que as escolas ficaram paradas cerca de seis meses sem funcionar por causa das medidas de contenção do Covid-19. Quando recomeçamos o ano lectivo no mês de Outubro, encontramos um projecto de soldadura na escola. O Professor Oliveira e o Director Wanda introduziram o Projecto Fogareiros Melhorados dentro do sistema de ensino da Escola Polivalente e Profissional, para dar suporte a disciplina de Serralharia, onde eu pessoalmente aceitei levar outro desafio no meu processo de ensino e aprendizagem. 32 colegas do meu colectivo e minha turma, todos eles do género masculino iniciaram com fogareiros melhorados. Eu não aderi no início embora tendo dentro do programa curricular a disciplina de serralharia. Por causa do medo da rebarbadeira, das fagulhas e com medo de se queimar.
Com apoio dos professores comecei a frequentar as aulas teóricas e práticas. No meu primeiro dia, esteve a praticar como trabalhar com a rebarbadeira, eu quase deitava no chão porque aquilo estava a me faz tremer todo corpo e tinha muito medo de me cortar! Através das aulas persistentes e forte apoio dia pós dia, o medo foi acabando e hoje eu realizo cortes em vários tubos e chapas sem medo de me cortar, porque durante as aulas teóricas nós aprendemos técnicas de evitar acidente e sobre segurança no trabalho.
Quanto ao processo de soldadura, também o desafio foi maior, não sabia soldar. Eu tinha muito medo das faíscas da soldadura, graças ao Projecto Fogareiro Melhorados, eu hoje consigo soldar, embora o processo da soldadura requer mais paciência e bastante tempo para atingir o nível estável no que toca a qualidade de soldadura.
Por tanto, hoje eu Adelaide Fernandes, consigo realizar cortes e soldar graças o apoio moral que recebo todos os dias por parte da direcção da ADPP EPP Zango e a ideia é de aperfeiçoar mais e tornar-me uma profissional para servir na minha província.

 

O carvão é um combustível popular e conveniente para cozinhar nas zonas urbanas e periurbanas, onde há pouco acesso à electricidade e onde não é viável recolher lenha. O carvão produz menos fumaça e compostos orgânicos voláteis quando queimado em comparação com a lenha, e é uma fonte de renda para as pessoas nas áreas rurais. O carvão possui alto valor energético por peso, mas os processos de produção tradicionais são ineficientes e exigem grandes quantidades de madeira, que resultam na desflorestação a menos que se combina com replantação. Os fogareiros a carvão são geralmente simples, ineficientes e frequentemente perigosos se usados em espaços fechados, quando a combustão incompleta liberta monóxido de carbono.
Soluções que abordam ambos os problemas estão a ser trabalhadas pela ADPP Ngola e parceiros. Um projecto de Promoção de Fogareiros Eficientes não está apenas atender às necessidades de fogareiros mais duráveis, eficientes e seguros, mas também oferece oportunidades de aprendizagem aos estudantes das Escolas Polivalentes e Profissionais, bem como oportunidades de geração de renda para os fabricantes locais. Os estudantes nas Escolas Polivalentes e Profissionais nos Ramiros, Viana (Zango), Caxito e Huambo aprenderam a fazer fogareiros, desenvolvido em colaboração com a Universidade de Córdoba e a Universidade José Eduardo dos Santos ao usarem material de origem local.
Os resultados são impressionantes. Em Fevereiro de 2021, os estudantes produziram 216 fogareiros. Demora três a quatro dias para fazer um fogareiro, com os estudantes a trabalharem trios e a respeitarem todas as medidas de prevenção da Covid – 19. Primeiro, eles adquirem proficiência em corte e soldadura ao trabalharem com metais simples de baixo custo antes de iniciarem a produção com chapas galvanizadas.
Até ao momento, 225 estudantes participaram no projecto. A Escola Polivalente e Profissional – Viana (Zango) estabeleceu um processo de fabricação quase industrial, que dividiu os estudantes em turmas nos períodos da manhã e tarde, nas quais diferentes microgrupos trabalharam no desenho e corte de metais, moldura do corpo cilindro do fogareiro, feitura da câmara de combustão, soldadura de novos fogareiros, acabamento de fogareiros e fabricação de alavanca e suporte de madeira. Todos os estudantes participantes aprendem sobre os antecedentes do projecto ao estudarem o aquecimento global, mudanças climáticas e desflorestação.
107 produtores locais de fogareiros estão a beneficiar-se. Alguns deles são antigos estudantes, enquanto os restantes são ferreiros com as suas próprias oficinas. Eles participam de sessões teóricas sobre o ambiente e sessões práticas nas sextas-feiras de tarde e aos sábados de manhã.
A promoção de fogareiros eficientes está a produzir resultados, à medida que os potenciais compradores valorizam a poupança que podem fazer.

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O projecto "Promoção de fogões eficientes de carvão e aproveitamento de resíduos de carvão através de briquetagem" está a ser implementado nas Escolas Politécnicas da ADPP e as comunidades envolventes no Bengo, Luanda (Viana e Ramiro) e Huambo. O projeto piloto está sendo implementado no período de novembro de 2019 a outubro de 2021 em colaboração com o Ministério da Cultura, Turismo e Meio Ambiente, PNUD e GEF.

charcoal logo copy

pic 1 kopiTive a oportunidade de fazer o meu estágio profissional na empresa Moto-Engil onde fui colocado na área de serralharia. Eu aprendi muito. Foi uma boa formação.

Meu nome é Hipólito. Estudei três anos na Escola Polivalente e Profissional Cabinda, 7ª, 8ª e 9ª classe. Na 7ª classe fiquei um pouco confuso sobre toda a profissão, sobre o que eu deveria aprender e as diferentes disciplinas, mas gostei muito da viagem de sobrevivência e dos professores que ensinaram bem. Tive problemas com a disciplina de Língua português que acabei por aprovar para 8ª classe. Das profissões, gostei muito de serralheria e do tutor da profissão. Fizemos muito trabalho. Além disso, aprendi muito sobre canalização.

Na 9ª classe, tive a oportunidade de fazer o meu estágio profissional na Moto-Engil onde fui colocado na área de serralharia. Eu aprendi muito. Foi uma boa formação.

Agora terminei os três anos. Vou continuar a estudar no Instituto Pré-Universitário “PUNIV”, mas também vou trabalhar numa oficina na cidade de Cabinda. Eu já tenho um lugar. Meu futuro é trabalhar e estudar.

Terminei a minha formação na Escola Polivalente e Profissional de Cabinda.

Hipólito Lembe Chivulo, de 17 anos de idade.

sewing maskMeu nome é Antónia da Costa Gaspar, sou recém-graduada do grupo 2 do projecto Mulheres Empreendedoras da Estalagem. Devido a situação em que o mundo está mergulhado, a pandemia do Coronavírus, estou a realizar actividade de corte e costura em casa. Embora fazendo este trabalho em casa, diariamente consigo costurar e receber várias obras, o que tem contribuído no bem-estar da minha família.

Já produzi muitas mascarás de pano e tive muito rendimento. Existem senhoras que queiram vender máscaras, como não sabem costurar, elas contactam-me e sou paga para fazer o serviço delas. Agora faço serviços diversos, roupas de crianças e de adultos, tenho sido consultada por muitas mulheres do meu bairro.
Agradeço os esforços dos formadores que me ensinaram como fazer uma boa produção e como fazer um bom plano de negócio para alavancar o meu negócio. É na crise onde encontramos oportunidade de rendimento.

 

Meeting with MOSAP II tutors before tests of learning of participants on a house to house basis 500x333No Bie, Huambo e Malanje, a ADPP está fornecer aulas de alfabetização aos agricultores envolvidos no projeto de Desenvolvimento e Comercialização da Agricultura Familiar, financiado pelo Banco Mundial. Durante a quarentena, a equipe do projeto continuou a dar aulas individualmente ao domicílioe em pequenos grupos, sob as regras do distanciamento físico. Aqui, dois dos participantes falam sobre as lições durante o Estado de Emergência: